sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Amor de Mar (inédito)

Estou lendo o romance O Coronel e o Lobisomem, edição de 1974. Amo cheiro de livro velho – parece meu cheiro. Recomendo: o livro e o cheiro, exceto a mim.

Como estou tendo tempo e pessoas muito generosas me incentivando, estou investindo mais seriamente na minha ‘carreira’ de escritor e poeta. Aguardem novidades. Ou decepções.

Atenção vereadores de Caraguá! Tem carta do Poeta das Nuvens pra vcs na caixa postal da Câmara!

Esse é o primeiro poema que publico que tem todos os versos escritos aqui em Caraguatatuba. Obrigado pelo carinho das 1486 visitas. Prólogo de Flávio Venturini.

Vem que eu estou tão só...

Vem me trazer o Sol...

Vem me livrar do abandono...

Meu coração não tem dono...

Vem me aquecer nesse outono...

Deixe o Sol entrar.

Amor de Mar

Quem é você?

Quem é você que eu espero chegar

A cada onda que vem a areia beijar?

Quem é você que eu sinto passar

Em cada brisa leve que o mar

Trás de tão longe?

Quem é você que eu já vejo o sorriso

Em algumas estrelas

Que valsam pelo céu sobre o oceano?

Quem é você que eu busco

Nos olhares que passam por mim

Na caminhada pela orla e

Nas feições de quem imerge das águas

A cada subida da maré?

Quem é você que eu vejo

Num clarão no horizonte,

Que eu sinto estar no encontro de céu e mar,

Mas que se cala quando viro meus olhos

Sedentos da água de seus carinhos

E faminto do pão dos teus cuidados?

Não sei se viverei tempo o bastante

Para te ver aportar em meu cais.

Estou me enganando.

Finda esta maresia que vivo,

Ficará claro que eu procurava – em vão –

O mar na feição e imensidão de uma única pessoa.

Ou talvez, quem sabe, finda a maresia,

Abolido o mistério, chegarás à minha presença

Então vereis que tu – meu amor – és uma única pessoa

Com a feição e imensidão de todos os oceanos.

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